Este ano eu completo 30 invernos (não são primaveras, pois nasci em julho). Os que já passaram por essa fase sabem que ela vem recheada de mudanças, tanto físicas (já me chamam de Tia ou Senhora na rua!!!), como comportamentais, e com isso vêm os questionamentos.

Após a miscelânea de emoções vividas nos últimos anos, resolvi tirar um tempo para mim. Quero vivenciar situações imprevistas e redescobrir a Flávia, que por vezes vinha se escorando em personagens circunstanciais.

Obtive a aprovação do meu pedido de licença sem vencimentos do trabalho, por um período de um ano. Só faltava isso para começar o meu planejamento de transformar minhas economias em passagens, albergues, museus, paisagens, espiritualidade, comidas, encontros e desencontros.

Dois mil e oito para mim vai ser o ano da cigarra! – Isso não é horóscopo Chinês, Maia ou Checheno; é o resgate da Fábula de La Fontaine (mais conhecida como Fábula da cigarra e da formiga), mas com uma inversão de sua moral: sim, paremos para cantar e apreciar a primavera, e desfrutemos o ócio!!!!!

Meu caminho

11 de junho de 2008

Viagem a Pocinho

Considerada uma das rotas ferreas européias de grande beleza cênica, a viagem de Porto a Pocinho vale mesmo a pena. Além de linda, é uma alternativa àqueles que não querem ou podem pagar os caros cruzeiros de barcos pelo Rio Douro. São três horas e meia de viagem (10 euros ida) por uma paisagem exuberante. Os poucos turistas presentes no trem param no meio do caminho, na estação de Régua. Porém é a partir desse ponto que a viagem se torna mais bonita, já que a paisagem vai ficando cada vez mais montanhosa e a linha do trem acompanha o vale. Trás-os-Montes é considerada a região mais pobre e pouco desenvolvida de Portugal (mais que o Alentejo), com baixíssima densidade demográfica, também dominada por grandes propriedades que cultivam uvas, oliveiras e amêndoas. Por ter um solo raso, há também muitas áreas com vegetação natural preservada, principalmente quando se segue mais a leste. Dizem que já houve algumas tentativas de desativar a linha, devido à baixa quantidade de passageiros. Já o fizeram com a ligação entre Pocinho para o lado espanhol. Torço para que não completem a tarefa, em consideração aos habitantes locais, que dependem da ferrovia para chegar por terra à região, e aos turistas, que estão sempre ávidos por paisagens naturais belas e preservadas.


Ouça a canção...




Para uma visualização melhor das fotos: Flickr

4 comentários:

Anônimo disse...

Na década de 60 fazia essa viajem semanalmente,num trem a carvão,entre a cidade do Porto e a Régua .Tinha 20 anos,pelo que me dava ao luxo de sair do comboio e caminhar a seu lado,tal a velocidade a que ele seguia .Nos dias de hoje,é uma região que visitamos com alguma frequencia,por motivos familiares .Não creio que desactivem mais linhas férreas.Pelo contrário,penso e espero que activem quanto antes as que desactivaram,face ao custo actual e imparável do petróleo .As fotos dão uma bela ideia da região.

Ana Conti disse...

sempre fui um tanto xonada por trem. deve ser resquícios do ricardão em mim.
fiquei realmente com muita vontade de estar nesta viagem com você. mas valeu as fotos por hora.

Anônimo disse...

Isso é coisa que se faça?
Essa velhinha aqui,muito da bocó,está debulhada em lágrimas.
Juntou saudade da netinha,da terrinha e da infância,quando viajava de trem.
Será que voltarei a curtir as duas primeiras?Espero que sim.
Beijos da Maqaqa

Anônimo disse...

Flávia,
Junto de sua mãe, também sigo acompanhando a sua viagem. Estamos revivendo, através dos seus olhos e por outros ângulos, coisas e lugares que têm muito significado para nós.

um beijão e muito cuidado por aí