Já faz um tempo que não escrevo, às vezes por falta de tempo, ou mesmo por preguiça. Porém, desde meu último post estive em muitos locais interessantes e conheci pessoas especias. Assim, farei aqui um resumo para que esses acontecimentos sejam compartilhados e fiquem registrados.
Após Évora fomos a Caldas da Rainha, onde conheci meus primos Vitor e Gena e minhas raízes lusitanas. Fomos muito bem recebidas, com direito a casa, comida, roupa lavada e muito carinho. O mais incrível é que minha avó, do outro ramo da família, sentiu-se tão aconchegada quanto eu. Juntos fizemos passeios a lugares lindos, como para a vila fortificada de Óbidos, as praias de Nazaré, os impressionantes mosteiros góticos de Alcobaça e da Batalha, além de Alquedão da Serra, um pequeno vilarejo onde nasceu e cresceu meu bisavô Gonzalo. Emocionante!
Depois de 4 dias, com vontande de ficar mais um pouquinho, partimos para a cidade do Porto. Chegamos em uma sexta à noite e, ainda no ônibus, sentia um incômodo, uma inquietação que me impelia a sair. Até então não havia conhecido a cena noturna de Portugal, mas estava tranquila quanto a isso. Essa noite segui a intuição: coloquei a minha única roupa de missa e me lancei para a Região da Ribeira, às margens do Rio Douro; só e confiante! Inusitadamente, ao chegar na concentração boêmia, encontrei a Pipa, uma conhecida portuguesa que morou em João Pessoa por um tempo. Apesar de não termos tido um contato mais próximo antes, a dona daquele rosto conhecido, nessa terra longínqua, tornou-se de repente a pessoa mais íntima, a minha melhor amiga! A surpresa veio acompanhada de outras figuras queridas, que foram as minhas companhias noturnas enquanto estive na cidade. Foram excelentes anfitriões!
Eu e a vó fizemos também incursões para mais ao norte, na verdejante região do Minho. Visitamos as cidades da Guarda e Guimarães, onde fomos agraciadas com belas paisagems, mais simpáticos encontros e maravilhosos vinhos regionais que resultaram em novos pileques em família.
No dia 4 de junho regressamos ao Porto, para desfrutar a minha última noite com a vó. A partir do dia seguinte o vôo seria solo. Ao deitar-me fui preenchida por uma sensação ambígua de medo, por abandonar o conforto da língua mãe e a presença de alguém tão familiar e especial, mas também senti alegria, pelas expectativas de conhecer coisas boas e por uma sensação mais intensa de liberdade. Então, na tarde do dia seguinte, peguei um trem para Pocinho, onde admirei o vale do Rio Douro em sua extensão e as montanhas da região do Trás-dos-Montes. Esse itinerário me levaria à Espanha.
Já estou há dois dias em Salamanca, hospedada na casa de uma amiga espanhola (já ouviram falar em couch surfing?), em pleno Festival Internacional de Artes. A cidade está em festa, há espetáculos e concertos em vários pontos do centro histórico e uma diversidade de pessoas nas ruas até altas horas da madrugada. Vejo espanhóis, estrangeiros, crianças, jovens, adultos e idosos, feios e belos, e, nessa festa, um detalhe que tem me encantando é a diversidade de penteados: são esquisitíssimos, no sentido mais brasileiro da palavra! Ainda tentarei fazer um ensaio fotográfico sobre o tema.
Por fim, gostaria de compartilhar a emoção de ver, em um apertado e esfumaçado bar, uma jam session de música flamenca. As guitarras e os cantores chorosos eram acompanhados por todos com palmas ritmadas, enquanto mulheres enloquecidas entravam na roda para bailar com muita sensualidade. Muito intenso mesmo!
Tentarei, a partir daqui, ser mais regular em meus posts. Infelizmente tive problemas com meu hd e as fotos virão depois. Espero não tê-las perdido e que o problema seja solucionado.
Besos a todos
6 comentários:
Passamos, Leonel e eu, nosso Reveillon de 2002/2003 em Salamanca. Antes de chegar lá, estivemos em vários lugares que você conheceu (também nos impressionamos muito com Alcobaça e Batalha, e com a belíssima e sensível história de Inês de Castro, a que foi coroada rainha depois de morta).
Na Espanha, saboreie muitas tapas, regadas com vinho da casa, e repare no quanto os espanhóis sabem viver: seus horários e costumes me deixaram babando de inveja.
muitos beijos
Continuamos seguindo sua viajem / aventura .Foi um prazer enorme conhecê-la, bem como a sua avó .Algo nos diz que havemos de voltar a encontrar-nos .Ficamos felizes por saber que tudo vai bem .Retribuímos seus besos com muitos beijos .
Li este texto ouvindo a música do trem.
Não posso falar em palavras a emoção que senti. foi muuuito legal isto.
Te amo fafa.
E aí, Flavinha! Que alegria te acompanhar, menina! Deves estar fazendo uma viagem e tanto: viagem com a cara de Flavinha! E não poderia deixar de ser de outra maneira. Estou curtindo muito os seus posts e espero que não desanimes, por nós todos do lado de cá. Mesmo que a gente falhe vez ou outra, faça a sua parte: dê notícias!
beijo enorme
Epa,epa,epa!
Que te pasa?
Donde los diarios de bordo?
Estas muy lenta,nosotros nos quedamos aflictos.
Besos,Maqaqa
Jagunça do mundo:
Que legal o seu blog. Hoje é seu aniversário e não sei se estou na página certa mas quero que vc tenha o melhor niver da sua vida. Muito legal suas fotos, a galerinha, os lugares magníficos, as músicas, tudo me enche de um mundo novo, desconhecido que vc desbrava e apresenta.
Beijo beijo beijo e siga na paz!
jags guerreira from Goiás
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